Cais da Pedra

Cliente: Louredo Investe
Estado: Em construção
Localização: Porto, Portugal
Área: 440 m2
Data: Maio de 2006
Tipo: Habitacional / Comercial

Detalhes

O projeto incide sobre um edifício de gaveto de 150 m2 de implantação, com três frentes que confrontam a Rua do Cais das Pedras, e as escadas e largo do Adro. O piso térreo é ocupado por um restaurante, enquanto que os três pisos superiores se destinam a habitação.

O edifício encontra-se bastante deteriorado, nomeadamente nos dois pisos superiores e cobertura.

Cada um dos pisos é ocupado por uma habitação. No primeiro entra-se por uma porta lateral a partir da escadaria. Este piso tem apenas 1,9 metros de pé direito. Pela localização da laje do 2º piso (que dá para uma varanda) e pelo pé-direito do restaurante torna-se, contudo, impossível de alterar esta situação.

No segundo piso entra-se pelo largo do Adro. Existe actualmente um átrio comum que dá acesso ao apartamento neste piso bem como ao da mansarda. Este átrio será ligeiramente ampliado de forma a oferecer melhores condições de circulação.

Propõe-se para este piso um T2 com amplas áreas. A forma anormal da implantação obrigou à procura de uma solução que permitisse optimizar a salubridade, áreas e forma dos espaços que dela resultam. Assim, o corredor surge como espaço intersticial entre as salas principais da casa que ocupam as frentes sobre o Cais das Pedras e as Escadas do Adro. O seu desenho circular permite suavizar o percurso de circulação e interligar os espaços que se criam.

Por umas escadas que vem do átrio comum (e pertencem a este fogo) acede-se ao terceiro piso – mansarda. A laje do pavimento deste piso será rebaixada de forma a permitir aumentar o seu pé-direito e, logo a salubridade do mesmo.

Propõe-se também um ligeiro acréscimo na área de piso. O aumento de área permitirá viabilizar economicamente a intervenção, requalificando este fogo. Além disso, o acréscimo de volumetria enquadra-se no traçado do edifício, pois reside apenas no prolongamento de volumes existente na cobertura. Mantém-se ainda o corpo que se eleva no cimo da fachada sobre o rio, que, com esta intervenção, se destaca pela sua volumetria, quando vista desde o cais. Por outro lado, quando visto a uma maior distancia, o pequeno acréscimo permitirá uniformizar a ideia de conjunto com os alçados envolventes, todos mais elevados que este, reforçando a imagem visual do conjunto.

Além disso, propõe-se também a eliminação de um pequeno corpo que se apoia sobre a cobertura da igreja adjacente, causando uma solução ambígua de propriedade horizontal. Este corpo encontra-se em risco de ruína eminente, podendo afectar também a igreja.

Este conjunto de alterações permitirá também regularizar o complexo traçado da cobertura, propondo-se para este uma solução mais simples no seu desenho.